segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Saga Encantadas - Sarah Pinborough

Sinopses:
Veneno: Repense Seus Vilões - Saga Encantadas - Livro 1 

Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? 
E que princesas podem ser extremamente mimadas? 
E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? 

Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? 
Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria 'um final feliz' pode se tornar o pior dos pesadelos! 
Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia! 


Feitiço: Toda Beleza É Magia - Saga Encantadas - Livro 2 

Cuidado com o que você deseja!

Você se lembra da história da Cinderela, com sua linda fada madrinha, suas irmãs feias e um príncipe encantado? Então esqueça essa história, pois nesta releitura de Sarah Pinborough ninguém é o que parece.

Em um reino próximo, a realeza anuncia um baile que encontrará uma noiva para o príncipe e parece que o desejo de Cinderela irá ganhar aliados peculiares para ser realizado. Contudo, não será fácil: ela não é a aposta de sua família para esse casamento real, e sua fada madrinha precisa de um favorzinho em troca de transformar essa pobre coitada em uma diva real. Enquanto isso, parece que Lilith não está muito contente com os últimos acontecimentos e, ao mesmo tempo em que seu reino parece sucumbir ao frio, ela resolve usar sua magia para satisfazer suas vontades Feitiço é o segundo volume da trilogia iniciada com Veneno, um best-seller inglês clássico e moderno ao mesmo tempo em que recria as personagens mais famosas dos irmãos Grimm com personalidade forte, uma queda por aventuras e, eventualmente, uma sina por encrencas.
Princesas, rainhas, reis, caçadores e criaturas da floresta: não acredite na inocência de nenhum deles! 

Poder: Ninguém Desperta O Mal Impunemente - Saga Encantadas - Livro 3 

Acordar uma princesa pode ser letal.
Quando um príncipe mimado é enviado pelo seu pai para tentar desvendar os mistérios de um reino perdido, ninguém imagina os perigos que ele encontrará pela frente! Acompanhado da figura sóbria e sagaz do Caçador e de Petra, uma jovem valente que possui uma ligação muito forte com a floresta, o príncipe acaba encontrando um reino adormecido por uma estranha magia. Todos os seres vivos foram cercados pela densa mata e estão dormindo, em um sono pesado demais, que só poderia vir da magia. Mas que tipo de bruxaria assolaria uma cidade inteira e seus habitantes? E, principalmente, quem faria mal a uma jovem rainha tão boa e tão bela? A não ser, claro, que os olhos não percebam o que um coração cruel pode esconder...
Poder é o terceiro volume da trilogia Encantadas, e traz como história principal o conto da Bela Adormecida. Porém, esqueça os clichês tradicionais e se entregue a uma nova visão dos contos de fadas, em que heróis e anti-heróis precisam se unir para não perecerem à beleza superficial de princesas e rainhas egocêntricas e aos príncipes em busca de aventuras. 




Como pode ser observado na postagem anterior, eu sou fã dos contos da Disney. Uma coisa que não pode ser notado é que eu não gosto das histórias apenas sob o prisma mágico e com finais felizes que a Disney dá. Comecei a ler contos de fadas com um livro que minha avó havia ganhado de sua avó e, neste livro, os finais não eram sempre felizes.
Lá temos a Bela e a Fera com o conto onde o pai pergunta quais presentes suas filhas querem e Bela pede apenas uma rosa e, por essa questão, ele invade um castelo para roubar a tal rosa e se torna prisioneiro ao invés de ele ter entrado apenas pedindo estadia, entre outras histórias.
E, assim como nos Contos da Carochinha, eu gosto de releituras das histórias popularizadas pela Disney e é aí que entra a Saga Encantadas.
Esta é uma saga que engloba em uma única narrativa os diferentes contos de fadas e os relaciona entre si. Como é visto no subtítulo do primeiro livro, ele propõe que os vilões sejam revistos, partindo do princípio de que "nem tudo é o que parece".
A história começa pelo meio e termina no começo. Parece confuso mas a narrativa é bem organizada e não há como se perder.
A autora propõe que sejam analisadas as razões para que as pessoas sejam como são, como:
- Porque a rainha má realiza as maldades? Porque ela é amargurada? É de fato ódio?
- Será que o príncipe encantado é mesmo como dizem?
- A madrasta malvada é o que se passa ou apenas o ponto de vista usado é aquele de alguém que se vitimiza?
- A beleza exterior compensa um interior podre?
- O espelho mágico é um ser pensante por si só ou apenas um externalização de algo escondido a sete chaves?

Cada um dos livros da saga tem um personagem principal diferente mas há alguns que são encontrados nos três e formam o gancho entre as narrativas.
A linha que a autora seguiu foi bem interessante, principalmente pq ela não colocou clichês básicos de cada história. A Branca de Neve, por exemplo, apesar de ser boa e justa, era mulher macho sim senhor e tomava as rédeas das situações sem precisar de um homem para fazer voz às suas vontades. Alladin se manteve como um ladrão e pagou por ter feito negociações com gênios de lâmpadas. O único "amor verdadeiro" da história envolveu um personagem normalmente pouco explorado.

A autora foi bem feliz na idéia que desenvolveu e o fez com uma linguagem bem fácil e gostosa de ler.
É um livro muito fácil de conduzir a leitura, então pode ser lido em qualquer situação, seja ela uma onde você tem paz e silêncio ou outra onde um livro mais complexo seria difícil de ler adequadamente.
Isso além de a saga ser bem fácil de ser encontrada e entrar frequentemente em promoção em lojas online.

Beijos

domingo, 3 de maio de 2015

O que a Disney revela sobre você

Que a Disney foi algo presente a beça na infância de praticamente todos os jovens adultos de agora não é novidade para ninguém, fomos uma classe de crianças que perdiam tardes assistindo VHS verde, pedindo para ajustarmos agora a imagem e o som de nossos equipamentos e que teríamos que rebobinar as fitas antes de entregar na locadora, salvo no caso de sermos parte do núcleo rico que tinha todas as fitas em casa (Eu só tinha “Branca de Neve e os Sete Anões”).
Agora uma coisa que parei para pensar esses dias foi: Como pequenos humanos que tem parte de seus valores definidos até os sete anos de idade, como alguns filmes infantis podem ter influenciado nos nossos julgamentos sobre os outros e sobre nós mesmos?
Com isso em mente, chamei duas amigas e as pedi para que cada uma delas, através de seus príncipes e até suas princesas, caso fosse necessário, Disney favoritos, fizessem uma análise de como a Disney teve influência sobre elas.
Essas amigas são Vanessa e Katharine, que trabalharam comigo há um tempo atrás e se tornaram pessoas muito queridas neste humilde coração. Somos abertamente fãs de clássicos e não clássicos Disney e amamos isso.


VANESSA

Começo minhas considerações, listando os príncipes pelos quais nutro uma paixonite adolescente, mesmo depois de já ter passado dessa fase tenebrosa; Flynn Rider, Príncipe Eric e Príncipe Adam (a Fera)

Um ponto que todos compartilham, e que pra mim se faz totalmente necessário em qualquer homem, é a atitude. Ora vamos, que mulher não ficaria maravilhada em saber que seu amado cavalgou meia cidade pra te salvar das garras de uma desconhecida lunática; ou que  lutou contra a então rainha dos mares pra te salvar de um destino colhido por você mesma há varias nadadas passadas; e que melhorar de todos lutou com vizinhos amedrontados pelo preconceito e pela obsessão de um rejeitado enciumado, viu sua casa ser destruída e morreu, sim morreu ( tudo bem que virou um príncipe bonitão depois) por ter atendido a sua voz. Ahh a atitude, isso deveria ser ingrediente da mamadeira para os homens. 

Lógico, que mulher nenhuma espera que o amado morra por ela ou por qualquer outra causa, mas antes espera viver o felizes para sempre. 

Mas, dito isso volto a descrição dos meus favoritos. 

Acho Flynn Rider um príncipe genial, por que ele descaracteriza todos os outros, não veio de uma linhagem nobre, não tinha a menor classe, pelo contrário queridas, era ladrão, tudo que mamãe nunca pediu à Deus. Mas mesmo assim, o cara soube ser amigo, soube se aproveitar da situação com decência, soube fazer do sonho, a melhor experiência já vivida e com certeza soube se fazer herói quando preciso foi. 

Príncipe Eric é, ao contrário de Flynn, o típico príncipe Disney, desses que você sabe que não vai achar nem com holofotes. Entendam, homens decentes não são difíceis de encontrar, mas homens 'Príncipe Eric' tenho minhas dúvidas se um dia foram criados. 
Esse espécime sabe cuidar sem parecer estranho, sabe hospedar sem parecer curioso e sabe se apaixonar pelas qualidades, não pela lorota que possa ser contada.

Não quero falar de beleza por que, apesar de Vinicius dizer que é fundamental, nesses casos não se aplicariam por não serem pessoas reais, com marcas de sol na cara, cicatrizes de espinhas e cataporas. Até por que de nada vai adiantar ser lindo por fora e pecar no português ginasial.

E por último, mas não menos importante, falemos da Fera, Príncipe Adam. 
Brucutu tosco, mimado, grosso, sem um tico de simpatia nos ossos, como acho que todo homem pensa ser na primeira olhada, talvez nem todos. 
O Príncipe Adam, depois que o conhecemos melhor, se mostrou um príncipe com todas as propriedades; simpático, seguro e inseguro (combinação que em dados momentos faz da vulnerabilidade o ponto forte), amigo, protetor, preocupado com os interesses da amada, e acima de tudo dono de uma biblioteca sensacional, que me conquistaria na primeira espiadela. Tudo isso faz do príncipe Adam o meu favorito entre os favoritos. 

Assim acredito que para mim, um homem pode ser um pouquinho de cada um, não sou pretensiosa em achar que poderia encontrar a combinação dos 3 em um único ser, seria conto de fadas demais. Mas gosto de pensar que queria ter por perto uma pessoa que tenha atitude, que sabia ser compreensivo, amigo, acolhedor e protetor. Não espero perfeição, não posso exigir o que não posso oferecer, mas queria sim boa vontade e disposição de fazer tudo mágico e imperfeitamente perfeito.


PATRÍCIA

Jamais poderia escolher um príncipe Disney apenas, então a minha lista possui quatro deles, de diversas espécies.. hahahahah
Eles são Simba, Adam (A fera), Shang e Tarzan. Não consigo definir uma ordem de preferência entre os três primeiros simplesmente por que não posso. Mas vamos ao que interessa.

Uma coisa que reparei logo de cara mês passado, quando os listei pela primeira vez para um amigo meu, foi que nenhum deles segue a vibe clássica do Prince Charming, onde a mocinha indefesa está lá precisando ser resgatada e não mais que de repente surge um homem e a retira daquela aflição. 
Não. Eles são “homens” que estavam perfeitamente bem em suas realidades (incluindo Adam que já havia aceitado ser um monstro por toda a eternidade) quando uma moçoila desavisada caiu em suas vidas e bagunçou todo o meio de campo (Por que se você reparar bem, todas as moçoilas em questão ESTAVAM MESMO desavisadas quando os conheceram).
Esse fato mostrou uma relação direta com o fato de que eu, Patrícia, não tenho o hábito de me mostrar uma dama indefesa que precisa de cuidados (claro que possuo meus medos, ninguém é de ferro, mas ainda assim não me mostro uma moça que precisa ser “resgatada”). Realmente não me vejo como alguém que necessita de um homem para estar completa na vida, o que não quer dizer que eu seja uma feminazi louca que acha que todos os homens mereçam morrer, longe disso e não sou uma pessoa que tenha o hábito de depender dos meus amigos com frequência, eu costumo ter os meus problemas, não comentar com ninguém e resolvê-los por mim mesma. Se eu tenho algo que acho que alegrará as pessoas que me importo, eu divido com elas, se for algo que irá entristecê-las, eu fico quieta.

Outro ponto que reparei ser semelhante entre eles foi que todos eles são personagens extremamente fortes e respeitados por seu poder e não sua posição apenas. Simba teve que voltar e lutar contra seus temores do passado para ser respeitado como o rei da Pedra do Rei, Shang possuía um background bem gordo antes de assumir seu posto como capitão, Tarzan precisou provar para todos aqueles que cresceram com ele que ele merecia ser respeitado como um igual e Adam, através de seu temperamento explosivo e mandão, se fazia respeitar.
Todos eles encontraram “mulheres” que demonstraram o mesmo respeito que os demais por eles mas que ao mesmo tempo não abaixavam suas cabeças. Eram “mulheres” que debatiam seus pontos de vista e também se faziam respeitar, seja através de um bate boca ou salvando a China dos hunos.
Relacionando este detalhe com aquilo que falei logo acima desta segunda parte, é bem verdade que para que eu consiga me relacionar bem com alguém, eu preciso ter um respeito absurdo por essa pessoa.
Seria mais fácil preferir, sei lá, o principe Philip, que encontrou a moça lá dormindo, a beijou e eles se amavam. Muitas pessoas buscam exatamente isso, um relacionamento (considerando que  não estou apenas falando de romances mas relacionamentos de um modo geral) que surge do nada e que irá te guiar para sempre, mas do meu ponto de vista isso é algo extremamente surreal. Não que não possa haver, existem pessoas que desenvolvem relacionamentos exatamente assim, mas eu não vejo esse tipo de coisa acontecendo comigo, porque eu simplesmente não conseguiria gostar de verdade uma pessoa sem saber como ela realmente é, ou como trata a própria mãe, ou como se posiciona diante da igualdade de direitos, diversos pontos de maior e menor importância são considerados por mim e deveriam ser considerados pelas demais pessoas, mas cada um é cada um e o que eu julgo muito importante pode ser algo completamente desnecessário para outros.

Um terceiro ponto que reparei é que todos eles são meio rústicos, digamos assim, eles são “machões”, homens que se impõem e não ficam apenas abaixando a cabeça para os mandos e desmandos de suas mulheres. Isso é outra coisa que eu valorizo muito, não quero conviver com pessoas que fiquem apenas no “Sim, senhora”, “Não, senhora”, eu quero alguém que saiba argumentar comigo em diversos pontos (Não, não quero uma vida baseada em textão, quero apenas pessoas que não me coloquem num pedestal de dona da verdade), obviamente não quero alguém que para provar seus pontos quebre uma parede ou fique gritando, longe disso. Quero alguém que se imponha com argumentos.

Em resumo, quando analisando meus principes Disney favoritos e fazendo comparações diretas entre detalhes importantes de cada um deles, pude concluir que para que eu consiga desenvolver amizades eu preciso, antes de tudo, ver que a pessoa é segura de si, sabe se posicionar e sabe aceitar também quando seus argumentos não são os mais corretos. Uma das coisas que mais me estressa é quando, num exemplo exagerado, falo “O céu é verde e o mar é lilás” e a pessoa balança a cabeça e concorda. Pessoas assim me cansam demais.


KATHARINE

Antes de mais nada, quero colocar que sou fã e assisti/ assisto a todos os filmes de princesas lançados pela Disney. Sim, apesar de já ter passado do público alvo a qual as histórias são direcionadas, ainda hoje – no decorrer dos meus 20 e poucos anos – me pego buscando traillers, sinopses e datas de estreias de animações. Antes de julgar ou tachar-me como infantil ou uma jovem com alguma Síndrome de Peter Pan, onde me recuso a crescer e encarar a realidade a minha volta, buscarei refletir como ao filmes animados possuem personagens nas quais me inspiro ou, até mesmo, me identifico por suas atitudes. Para tanto, destacarei quatro das minhas princesas favoritas: Ariel (The Little Mermaid),Fa Mulan (Mulan), Elsa (Frozen) e Rapunzel (Tangled). Através delas e refletindo sobre suas personalidades, ações e relacionamentos, buscarei colocar um pouco sobre mim. Ressalto que me focarei somente nos filmes animados, não entrarei no mérito a respeito da origem das lendas de cada princesa, bem como suas similaridades e diferenças dos contos existentes fora dos portões dos domínios do Mickey Mouse.
Como primeira parada, vamos nos centrar na Ariel. Por que ela? Simples, por ser a minha favorita (sim, estou sendo tendenciosa) e por ser a primeira princesa a entrar na minha vida e aquela que tenho mais memórias. Só Deus, meu pai e o proprietário da locadora do meu bairro sabem quantas vezes eu assisti aos filmes dessa princesa sereia ruiva. Ariel, apesar de jovem, foi uma personagem que nos ensinava a questionar os padrões a respeito do que é certo a partir do ponto de vista da sociedade – ou reino, utilizando o termo mais específico ao lidarmos com princesas - na qual estava inserida. Não concordava e questionava a todo o momento as limitações a respeito de seu comportamento, a maneira correta de uma jovem deveria se portar, a fim de não se expor a uma atitude “inadequada”. E quantas de nós, meninas, não já fomos expostas ao mesmo. Frases como “Comporte-se como uma mocinha”, “Não é assim que uma mocinha senta/age/fala”, “O fulaninho pode fazer isso porque ele é um menino” entre tantos outros exemplos que escutamos ao longo de nossas vidas. Ao mesmo tempo em que busca expressar-se, é restrita pelas normas do reino. 
Até no momento em que se apaixona pelo belo Príncipe Eric, nossa princesa deve escolher entre seguir as regras do livro da boa educação ou ficar com ele, um humano, totalmente ignorante da existência do seu povo e com costumes, obviamente, completamente distintos do seu. Pessoalmente, não concordo com todas as atitudes da pequena sereia para chegar a seu objetivo. Pois, relacionou-se com más companhias – vulgo, Úrsula – e chegou a extremos de mudar completamente para tornar-se adequada para seu True Love. Outra lição no filme é essa, apesar de ter o seu Happily Ever After com o seu escolhido, a que preço foi isso? Mudando sua aparência física? Não estou aqui entrando no mérito d’ela ser uma sereia e ele um humano, mas sim no fator transformação física para adequar-se. Como também temos o segundo ponto, onde a princesa buscou suas respostas, em um primeiro momento, com a bruxa, atrás de uma resposta rápida, uma atitude que mostra sua inocência em relação ao mundo. Para mim, Úrsula é a representação dos ‘falsos amigos’. Sim, você sabe de quem eu estou falando, certo? Aquela pessoa que te prometeu fidelidade eterna e ajuda incondicional, mas que na primeira oportunidade, te abandonou e ainda deixou uma bagunça para você arrumar. Ou então aquele indivíduo que te ofereceu uma saída rápida para um problema, mas,na verdade, só estava torcendo para sua queda. Ariel, para mim, é a construção de uma personagem complexa, com seus acertos e erros. Porém, em sua essência, somente buscava espaço para se expressar, respeito a suas ideias e compreensão sobre suas escolhas.

Seguindo com a análise, destaco agora Fa Mulan, uma jovem sem uma coroa para chamar de sua, mas com força de espírito, coragem e independência a qual faria inveja em qualquer rainha, princesa, duquesa que passou ou irá passar pela Disney. Mulan é uma jovem carinhosa com sua família, contudo sente dificuldades para encontrar-se na sociedade patriarcal em que está. Chegando a momentos de questionamento de seu valor, pergunta essa que nenhuma menina/garota/mulher deve se fazer, independente de onde esteja. 
Em uma comunidade onde o meninO é valorizado e a meninA é colocada como nada mais do que um belo bibelô, Mulan é guiada por uma impulsividade inconseqüente em sua busca por fazer o correto, de acordo com seus termos.  E devido a essa impulsividade, parte para a guerra, na intenção de proteger seu pai. Nos campos de treinamento, conhece aquele que se tornaria seu amor, o Capitão Lee Shang. Um rapaz corajoso, porém, guiado pelos padrões patriarcalistas e machista de sua sociedade. Observamos, então, que Mulan possui duas missões: provar seu valor, pois, é capaz encarar qualquer desafio, independente de seu sexo; e vencer os valores tradicionalistas presentes no comportamento do General Lee. Mulan é a personificação, para mim, da busca do equilíbrio entre mostrar sua força e coragem de encarar os desafios, mas sem perder a feminilidade e delicadeza que existe dentro de si.

Continuando, coloco Rapunzel. Uma jovem que teve uma vida restrita, mas que ansiava por novas experiências e oportunidades. Essa princesa vivia em uma torre isolada, local este que, em minha opinião, representa menos sua exclusão da sociedade e mais o seu refúgio de proteção, o único local onde sente-se completamente segura. Ao mesmo tempo em que deseja o novo, a princesa está presa não somente pelas pedras que a cercam, mas também por suas incertezas e dúvidas, o medo de encarar o desconhecido, sem nenhuma ideia do que irá surgir ao virar a próxima esquina. 
Seu bilhete de saída surge sob a forma de Flynn Rider, um bandido que, no primeiro momento só desejava tirar vantagem de sua inocência e credulidade, todavia, rapidamente, percebe que há mais do que uma doce garota sob os longos cabelos loiros. Falando sobre o Flynn, o que há para se apaixonar por ele, racionalmente falando? O rosto bonito? Os esquemas para ganhar dinheiro fácil? Ou o desejo de uma garota de transformar o menino mal no genro dos sonhos? Considero um pouco da última suposição misturado com a habilidade de leitura do caráter – mesmo que de forma ingênua – feita por Rapunzel. Uma jovem que acredita em segundas oportunidades e teve a coragem de encarar o novo, mesmo que fosse contra a vontade de sua “mãe”. Por vezes, ao nos restringir, nossos pais buscam nos proteger e o melhor para nós, todavia, devemos crescer e chegar ao ponto de posicionarmos por nós mesmos e encarar quaisquer conseqüências advindas de nossas escolhas. Esta é a maior lição que podemos tirar dessa história.

Por último, destaco a Princesa – quase Rainha – Elsa. Esta é uma personagem singular, pois, ao contrário de todas que foram colocadas até o momento, não quer e não busca um príncipe para chamar de seu. Ao contrário, busca se afastar de todos – até mesmo de sua irmã, que só deseja estabelecer uma relação fraternal amorosa com ela – pois teme que seu eu-verdadeiro seja assustador, mas não vou negar que congelar qualquer pessoa ou objeto em que tocasse é uma mudança um pouco mais drástica do que eu conseguiria encarar. É uma princesa que navega entre o medo de ser descoberta e excluída por ser diferente, e a coragem de abraçar sua mudança quando chega o momento sem retorno e buscar a melhor solução, de acordo com sua concepção e ideias. Elsa não busca ajuda por temer as conseqüências, suas inseguranças, ao serem transportadas e adaptadas a nossa realidade são facilmente observadas em jovens que buscam esconder suas verdadeiras personalidades ou formas físicas, por receio de serem taxadas de diferentes e excluídas do grupo que fazem parte. Elsa, contudo, nos mostra que é possível aceitar-se tal como é, se nós tivermos um braço no qual nos apoiarmos- no caso desta princesa, sua irmã, a Princesa Ana - no caso de necessidade. Não é uma tarefa simples a completa aceitação de nós mesmos, como indivíduos imperfeitos e falhos, mas é uma tarefa diária que devemos travar. 

Quanto a mim, me vejo nos questionamento dos padrões feitos por Ariel e Mulan, ao não ser me encaixar no papel de filha/sobrinha/neta perfeita, com traços e trejeitos de uma jovem delicada e vaidosa ou quando questionava o porquê ter que parar de fazer o quê quer que estivesse fazendo para atender a uma tarefa doméstica, com a justificativa de “Você é uma menina, tem que aprender a fazer isso.”. E, diga-se de passagem, nunca aceitei essa frase e já tive algumas boas discussões iniciadas por ela. Reconheço-me na Rapunzel, ao buscar novos campos e oportunidades, mas com medo de encarar o novo. E ao colocar-me de frente com alguém e afirmar: ‘Essa é a minha escolha. Por favor, respeite-a. “O que vier a partir dela, seja pelo lado positivo ou negativo, será de minha inteira responsabilidade”. Por fim, com Elsa, reconheço a busca pela aceitação de minhas limitações e apreciação, seja fisicamente ou na personalidade, de cada parte de mim. 
Está longe de ser uma tarefa simples ou uma tarefa com um prazo de finalização. Apreciar uma princesa da Disney é mais do que rir de piadas ou admirar-se com músicas. É observar uma princesa e se identificar com suas ações, levando para sua realidade. É criticar suas ações quando necessário da mesma maneira que nos auto-criticamos. Nunca serei perfeita, mas acredito que nenhuma princesa que coloquei aqui era; Posso encontrar um príncipe que me aceite tal como eu sou, ou não. Posso nunca mais errar, mas sei que o erro é parte do aprendizado. Posso agradar a todos no meu presente e/ou futuro ou posso desapontar a todos. No entanto, buscar o melhor de mim a cada dia é a incumbência em que me coloco. Buscarei chegar ao ponto em que estarei completamente realizada com minha perfeita imperfeição.

Gostaria de agradecer pela participação de minhas amigas, que conseguiram expor suas opiniões e tornaram este um texto bem rico.
Muito obrigada, meninas. <3

Beijos


O que aprendi nos apps de pegação (Tinder, Grindr e Hornet)

Atualmente (na verdade nem tão atualmente assim) as pessoas tem feito uso de apps de pegação em seus celulares.
Eu estava meio por fora desses apps no ano passado por três razões:
1 - Pq não sou obrigada a ficar na feira de corpos.
2 - Pq estava com um cara.
3 - Pq precisar de um app pra pegar alguém é mt fim de carreira.

Mas esses apps são uma sensação geral, isso temos que concordar. Então outro dia meu irmão falou “Pq a gente não cria um perfil no Tinder e vê quais amigos nossos têm pelo simples e puro prazer do bullying?”.
Achei a idéia ótima por diversas razões, incluindo o HU3 Br, e criei um perfil. Mas como não sou besta, era um perfil inteiramente falso.
Criei um perfil masculino, com a foto de uma figura pública (pois jamais usaria as fotos de uma pessoa que não fosse pública) mas do meio underground, logo pouco conhecida, homem esse que possui uma beleza acessível, apesar de muito belo (Sabe aquele tipo de cara lindo mas que ainda assim passa uma vibe de que não é impossível encontrar nas ruas do Rio de Janeiro? Este cara.), usei uma descrição adequada com um português bom mas sem muitos floreios, indiquei um curso superior em andamento, coloquei um nome comum e um sobrenome não tanto, fiz um cálculo de IMC para uma altura e peso coerentes e criei o tal perfil.
Não satisfeita apenas com o Tinder, coloquei o mesmo homem no Grindr e no Hornet (Este último só descobri que existia por causa dessa zoeira, na minha cabeça existia apenas o Grindr), nesses dois apps eu mantive uma descrição adequada, um bom português mas fiz uso de uma ou duas gírias do meio gay para ficar verossímil.
Perfis criados, fui passando a lista de análise de mulheres no Tinder e deixei quieto no Grindr e no Hornet. Considerando que a forma de levar as pessoas ao contato são diferentes entre os apps conhecidamente gays e o Tinder, nos apps gays eu não precisava ficar dando sim ou não nas listas, quem quisesse falaria comigo.
Eu não fiquei de papo furado no app, queria apenas ver como as pessoas se comportariam.

Reparei que no Tinder, apesar de ter MUITOS match feitos, pouquíssimas mulheres vieram puxar conversa “comigo”. Elas davam match e ficava aquele limbo do “Te dei permissão para falar comigo, agora venha você”, acho que isso é meio que parte do nosso maravilhoso orgulho feminino de mostrar interesse mas não ir as vias de fato. Ao invés de ir atrás, apenas ficar sentada esperando o cara tomar uma atitude. Isso pode ser uma das possibilidades, mas há também o fato de que nós mulheres nunca tivemos muito que nos preocupar em ter que chegar em alguém pq os homens sempre chegam, neste caso o cara não chegou pq, bem, era uma mulher hetero. Hahahahahha

No caso do Grindr e do Hornet, observei muitas semelhanças:
  • Não tinha essa de ficar esperando o cara fazer alguma coisa, cada um que quisesse alguém já viria e mostraria a que veio.
  • Nunca recebi tanto “Bom dia / Boa tarde / Boa noite” quanto nesses apps. Se eu tivesse alguma espécie de distúrbio onde não identificasse em que parte do dia eu estava, esse app serviria como aviso.
  • Muitas pessoas disponibilizam suas fotos privadas sem eu nem pedir. E isso não é algo que possa ser catalogado em uma categoria, por exemplo: Feios sempre já chegam disponiblizando fotos privadas. Não, várias pessoas belas, feias, jovens, mais velhas, machões, afeminados, meio termo, etc, todo tipo de pessoas já me davam oi disponibilizando acesso às fotos privadas.
  • Diferente do que deixam a entender nas internets, os apps gays não têm pintos pulando na sua cara todo o tempo. Mas eu também não pedi (até pq, como disse, não fiquei de papo furado com ninguém)
  • Alguns homens deixam a virilha como foto do perfil, outros tantos deixam da clavícula ao início da virilha, a grande maioria está descamisada e na praia, poucos deixam a foto do perfil como uma foto do rosto mesmo, algumas pessoas dão um zoom absurdo onde vc vê metade do rosto da pessoa e nunca sabe se ele é bonito ou não (nesses caso, normalmente não são e usam o zoom para usar a parte do rosto que valoriza) e uma boa quantidade mostra apenas o sorriso e um pedacinho do peito.
  • Dá a entender que alguns não querem ser identificados, mas não entendo a razão disso. É um app gay, as pessoas seriam preconceituosas contra si mesmos? Gays sendo preconceituosos com gays? Ou seria uma forma de evitar serem reconhecidos caso um louco desavisado resolvesse entrar no app para ver quem está lá? Não sei. Por eu ser hetero, esse é um ponto que eu não tenho muitos esclarecimentos, então não posso concluir nada sem soar afobada e errada.


De qualquer forma, em ambos os apps vi que não são compostos apenas por pessoas feias e desesperadas, o que eu já suspeitava, pois tenho uns amigos que usam esses apps e eles são bem bonitos (homens e mulheres), mas sempre achei q eles fossem uma exceção à regra, mas não são. Muitas pessoas muito bonitas estão nesses apps com o objetivo de se encontrarem.

Se encontrei amigos nos apps?
Sim. Alguns até vieram me cantar, mas na grande maioria não falei nada. Com um eu contei que eu era eu. hahahaha

Se essa experiência me fez mudar o julgamento com relação ao app e sua utilidade?
Sim, mudou.

Se eu irei começar a fazer uso desses apps para mim mesma?
Não, pq parte do que eu pensava foi confirmado (A parte da Feira de Corpos) e eu me recuso a ser mais uma que vai depender de um dedo corrido para direita ou para a esquerda e assim ser catalogada como pegável ou não. Isso já acontece na rua quando você vai conhecer novos humanos e não preciso de um app na minha casa com esse objetivo.

Um beijo no coração.

PS: Meus perfis já foram devidamente deletados.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Qual é a sua palavra?

Estou lendo "Comer, rezar, amar" há uns poucos dias e cheguei em uma parte dele que realmente me fez pensar.
É a parte onde a personagem principal (Liz) está conversando com o amigo e ele fala que cada lugar tem a sua palavra: a de Roma é "Sexo", de NY é "Conquistar", de  LA é "Conseguir", Estocolmo "Conformar", Nápoles "Brigar" e por aí vai. E que cada pessoa também possui a sua palavra, assim, quando cada pessoa encontra um lugar que tenha a mesma palavra que a sua, ela se sente em casa.
Acho que o objetivo de escrever essa passagem era fazer quem lesse o livro parar para pensar em qual seria a sua palavra pessoal, ou pelo menos foi o que aconteceu comigo. Ainda acho que é o que acontece com todo mundo que lê o livro.


Fiquei um tempo pensando e várias palavras fizeram algum sentido para mim, mas nenhuma de uma forma geral, elas sempre eram específicas à momentos X ou Y, nunca no geral.
Até que uma palavra surgiu na minha cabeça e ela fez total sentido: Sedução.
Calma, não estou falando no sentido físico da coisa... apenas. Falo no todo.

As coisas que vêm me fazendo ser constante com relação à elas sempre exercem um certo grau de sedução sobre mim. A partir do momento em que eu paro de me sentir seduzida, tudo cai por terra.
Mas o mais legal (pelo menos do meu ponto de vista) é que aquilo que me seduziu vai continuar tendo o mesmo efeito inicial, então para algo deixar de exercer essa sedução sobre mim, ela precisa mudar e, ao meu ponto de vista, para pior. Seja isso uma pessoa, um estilo musical, um artista, um livro, um lugar, qualquer coisa.
Livros são ótimos exemplos disso. Uma temática que sempre me fascina é viagem no tempo. Sempre. Mas em sua grande maioria as histórias que abordam esse tema e que me prendem são os romances. Já li uns 5 títulos que seguem essa linha, um deles acabei antes de ontem aliás (mas o post sobre ele ainda está em desenvolvimento) e tenho um novo já esperando para ser lido. Gosto dessa temática pq ela normalmente envolve algo forte demais que faz o personagem questionar pontos muito importantes e fazer escolhas definitivas, escolhas que eu teria medo de fazer. 

Com música ocorre o mesmo. Ouço todo tipo de música, mas algumas bandas e cantores específicos me seduzem. Darei dois exemplos bem diferentes, um que o mundo concorda e outro que todos odiarão:

- Ed Sheeran - O Ed é perfeito, tem um estilo alternativo que, apesar de ser mais comercial agora, não perdeu sua base. Ele continua tendo o estilo Ed Sheeran de fazer música e espero que ele não mude, pq quero sentir essas borboletas no estômago por longos anos.


- DBSK - Sim! Dong Bang Shin Ki. Mas aqui preciso fazer observações: Gostei do DBSK como uma banda acapela de 5 rapazes que possuem vozes de beijos de anjos e que se completam, criando um som que faz amor com meus tímpanos, gerando eargasms sem fim. Depois que a banda se separou e o trio que saiu ficou solo, deixando a dupla que ficou como DBSK ainda, eu continuei amando, obviamente, mas houve um desfalque. Yunho tinha dificuldade em agudos e Changmin era basicamente agudos, dos três que saíram, Jaejoong e Junsu faziam a ponte entre os que ficaram e Yoochun tinha o tom de voz mais grave de todos. O trio conseguiu manter uma simbiose nas vozes que ficou deliciosa, os outros dois conseguiram também fazer algo agradável, mas não tão delicioso. Então meu amor por DBSK ficou pelo período deles como quinteto e teve alguma alteração com relação à eles como Dupla/Trio. Mas todas as vezes que escuto músicas com as cinco vozes, fico com o riso frouxo e as borboletas sambam no meu estômago, como acontecia nas primeiras vezes em que os ouvi cantar. Acho que o amor seja algo semelhante ao que sinto quando escuto DB5K, mas não sei dizer. 



De todas as vozes, a do Yoochun me faz derreter a partir da boca do estômago.


É mais forte do q eu, não consigo deixar de olhar as perninhas do Changmin. <3


Voz do Yoochun fazendo amor com meus tímpanos, Junsu gordinho me dando vontade de morder seus braços e Jaejoong sendo Jaejoong. hahahahaha <3

O mesmo acontece com amigos, eu conheço muitas pessoas, mas aqui falo de amigos mesmo. Sou imensamente seduzida pelos meus amigos, pelas individualidades deles, pelas qualidades e até pelos defeitos, essa sedução é visível quando olho para eles, eu sinto que a forma como olho para os meus amigos deixa estampado na minha cara o quando eles são importantes em minha vida.
Eu sei que as pessoas mudam, isso é normal no desenvolvimento do ser humano, mas o que me seduz nos meus amigos são características inerentes deles, coisas que não mudam, pelo menos não com a facilidade com que a grande maioria das coisas mudam na vida.

Então conclui que, sim, a minha palavra pessoal é "Sedução".
E esta é uma palavra que muito me agrada, aliás.

Beijos

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Austenland

Sei que estive ausente nos últimos meses mas foi pq estive ocupada com outras coisas.. e por preguiça também (HAHAHAHA), mas voltei agora e nada melhor para usar no retorno do que um filme baseado nas obras daquela que tem tomado minhas atenções para si: Jane Austen.
Calma, não vou começar a falar agora sobre "Orgulho e preconceito", ou "Razão e sensibilidade", "Mansfield Park", etc. Não, vou começar bem mais modesta e só depois (em posts futuros) me aprofundarei nas obras em si. Neste post vou focar em um filme no qual a personagem principal é fanática pelas obras da autora (fanática tipo, MUITO) e resolve embarcar para a Inglaterra afim de participar de um programa onde pessoas podem viver por um período na realidade da época. Mas vamos por partes:


Sinopse: “Com mais de 30 anos de idade, Jane Hayes (Keri Russell) não consegue encontrar um namorado, porque nenhum homem lhe parece à altura de seu grande ídolo: o Sr. Darcy, personagem criado por Jane Austen no romance Orgulho e Preconceito. Um dia, ela decide gastar todas as suas economias e voar ao Reino Unido, onde existe um resort especializado em acolher as mulheres apaixonadas pelas histórias de Austen. Lá, ela descobre que o homem do seus sonhos pode se tornar uma realidade.”

Gostei bastante do filme, me diverti com os problemas enfrentados pela mocinha, fiquei perdida com relação à encenação e a realidade, sofri com o sofrimento dela e fiquei revoltada com as armações.



Basicamente toda mulher que lê as obras de Jane Austen automaticamente se apaixona pelo Sr. Darcy, até pq ele possui o apanhado de predicados que toda mulher pode querer: Ele é bem educado, culto, confiável, constante naquilo que sente, bem informado, possui bom coração, não é efusivo, é sério e, como se já não bastasse, é bonito e tem dinheiro!
Qualquer mulher que leia Jane Austen irá se apaixonar pelo Sr. Darcy, pq é algo inevitável.
Quando parei para assistir a adaptação para o cinema da obra, na cena onde ele declara seu amor, como torci para que a senhorita Bennet pulasse nos braços dele e declarasse que o amava na mesma intensidade, mas não seria verdade. Por isso Jane Austen é uma autora clássica famosa e eu não escrevo nem receitas. HAHAHAHAHA
Mas voltando ao filme, ele relata as desventuras de uma mocinha que se aventurou no universo de Jane Austen com o objetivo de encontrar o seu Sr. Darcy, com todos os possíveis predicados. Lá no local onde passaria seus dias, ela descobre que, com exceção dela e de duas outras moças que haviam comprado o pacote, a sociedade era composta por atores,  três deles designados a cada uma delas para que, no baile ao final do período, as três recebessem pedidos de casamento a la Jane Austen.
Dos três atores principais havia um Sr. Darcy, um Wentwoth de meia tigela e Pseudo Coronel Brandon afetado com os quais elas deveriam se relacionar no período e receberem seus pedidos de casamento ao fim. Sendo que, como toda comédia romântica cisma de fazer, apareceu um quarto rapaz (o homem responsável pelos estábulos) e que conseguiria destruir todo o caminho traçado pelos atores principais.

A partir desta base as histórias vão se desenvolvendo.
Há uma peça encenada pelos moradores da mansão, como em Mansfield Park (Só que sem uma Fanny encontrando Sr. Crawford transando com uma mulher casada) e a partir desta parte as coisas ficam meio confusas pq, aí sim, você passa a não saber se o rapaz designado a ficar com Jane está encenando ou não, além de nesse meio tempo haver o cara dos estábulos que está conquistando o coração de Jane e falando sobre darem continuidade àquilo após o fim do passeio.
O filme é bem divertido, considerando ser uma comédia romântica que não foge do padrão do estilo, não é um daqueles filmes que faz uso de baixarias para fazer piadas mas possui uma mulher louca que fala certas baixarias.



A personagem principal, como é de se esperar, tira uma lição de moral da história que vive e toma algumas atitudes que deveria ter tomado antes e bem, atinge seu objetivo quando decidiu por viajar à Inglaterra de 1800.

E um filme bem engraçado e que, mesmo quem não estiver habituado com os universos de Jane Austen, conseguirá se divertir. Mas não foi feito para o cinema, este é um filme produzido para ser passado na televisão apenas.

Preciso comentar que quando o ator que faz o Sr Darcy neste filme sorri, ele parece o Tom Hiddleston e isso é algo que vai direto para o meu baixo ventre.


Beijos

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

You pierce my soul

"I can listen no longer in silence. I must speak to you by such means as are within my reach. 
You pierce my soul. I am half agony, half hope. Tell me not that I am too late, that such precious feelings are gone for ever. I offer myself to you again with a heart even more your own than when you almost broke it, eight years and a half ago. Dare not say that man forgets sooner than woman, that his love has an earlier death. I have loved none but you. Unjust I may have been, weak and resentful I have been, but never inconstant. You alone have brought me to Bath. For you alone, I think and plan. Have you not seen this? Can you fail to have understood my wishes? I had not waited even these ten days, could I have read your feelings, as I think you must have penetrated mine. I can hardly write. I am every instant hearing something which overpowers me. You sink your voice, but I can distinguish the tones of that voice when they would be lost on others. Too good, too excellent creature! You do us justice, indeed. You do believe that there is true attachment and constancy among men. Believe it to be most fervent, most undeviating, in

F. W.

"I must go, uncertain of my fate; but I shall return hither, or follow your party, as soon as possible. A word, a look, will be enough to decide whether I enter your father's house this evening or never."

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Definitivamente a melhor parte de "Persuasão".



Jane Austen destrói as mulheres pela simples razão de elevar os padrões para níveis absurdos. Ela cria a expectativa de alguém que não existe.

Ed Sheeran faz o mesmo utilizando músicas.
Esta música aqui não me deixa negar.


Beijos

domingo, 21 de setembro de 2014

Lucíola - José de Alencar



Sinopse: “Independente e altiva, Lúcia, a mais rica cortesã do Rio de Janeiro, não se deixava prender a nenhum homem. Até conhecer Paulo. A partir daí, ela se vê totalmente entregue; tudo o que quer é permanecer junto dele. Esse romance passa a ser o assunto mais comentado na Corte. Os comentários chegam aos ouvidos de Paulo e o incomodam profundamente. Valeria a pena romper seu relacionamento só para manter a boa imagem diante das pessoas?. Um dos mais polêmicos romances de José de Alencar.”



Em 2005 eu assisti uma novela chamada “Essas mulheres”, isso foi na época em que a Rede Record e o SBT começaram a fazer novelas boas e a Rede Globo ficou assustadíssima com medo de perder pontos no ibope. E ela se sentiu assim com razão.
Foi uma novela fantástica! Baseou suas três protagonistas nos três perfis de José de Alencar: Diva, Lucíola e Senhora. Desde aquela época eu senti vontade de ler os três romances e ver quais eram a estórias reais nas quais as protagonistas foram inspiradas.
Nos anos seguintes àquele, comprei “Senhora” e li. Adorei todo o jogo feito pela mocinha ao longo de toda a história para provar que quem mandava agora era ela e que, quando alguém se vende e troca seu verdadeiro amor pelo dinheiro, acaba perdendo seu real valor. Depois de ler “Senhora”, mantive no coração a vontade de ler os outros dois perfis femininos do autor mas acabei me afundando em textos da faculdade e outros diversos livros que encontrei pelo caminho, então nunca os procurava e, muito menos, os lia. Até que um amigo meu comentou que iria comprar uns livros e eu falei para ele trazer ambos para mim, ele trouxe “Lucíola” apenas, e fiquei muito feliz, pq este me deixou mais curiosa do que “Diva”.
Por ser um livro pequeno e com uma leitura muito gostosa, apesar de ser uma obra do Mal do século, com todas as suas descrições eternas e desmembramentos enormes de uma situação simples, além de todo o sofrimento do “amar demais”, li o livro em poucos dias e sofria demais com a protagonista.
Lucíola é o nome de um inseto que, apesar de viver na escuridão, emite luz, o nome do inseto foi escolhido para compará-lo à uma mulher que, apesar do ambiente onde vive, conserva uma alma pura. Com as palavras do próprio autor:

“Eis o destino que lhes dou; quanto ao título, não me foi difícil achar. O nome da moça, cujo perfil o senhor me desenhou com tanto esmero, lembrou-me o nome de um inseto. "Lucíola" é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira dos charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conserva a pureza d'alma?"


Uma prostituta de 19 anos, esta era a protagonista. Jovem, linda, rosto de menina, porte de dama de classe, 5 anos de experiência na área, peso desta experiência visível em sua personalidade volúvel e impossível de controlar.
Lúcia é uma mulher indomável e que, diferente das demais prostitutas, escolhia quem seria seu amante e por quanto tempo ele poderia ficar, não aceitando-o de volta a menos que ela decidisse que ele poderia  retornar para sua vida, demais esforços seriam em vão. Esta mulher por acaso encontra Paulo, um homem que havia chegado à corte a pouco e não sabia de sua fama,ele a vê e a admira por sua beleza ingênua, ela o ouve e isso a marca, por razões óbvias.
A história do livro se desenvolve sobre a relação de Lúcia com Paulo, mostrando que mulheres que escolheram vender seus corpos e se abster dos sentimentos que as prenderiam a apenas uma pessoa, cada uma com sua razão, também possuem a capacidade de amar... e a sociedade não as perdoa caso resolvam deitar-se com um homem por amor, sem fitar valores monetários.

"[...]—Ah! esquecia que uma mulher como eu não se pertence; é uma coisa pública, um carro da praça, que não pode recusar quem chega. Estes objetos, este luxo, que comprei muito caro também, porque me custaram vergonha e humilhação, nada disto é meu. Se quisesse dá-los, roubaria aos meus amantes presentes e futuros; aquele que os aceitasse seria meu cúmplice. Esqueci, que, para ter o direito de vender o meu corpo, perdi a liberdade de dá-lo a quem me aprouver! O mundo é lógico! Aplaudia-me se eu reduzisse à miséria a família de algum libertino; era justo que pateasse se eu tivesse a loucura de arruinar-me, e por um homem pobre! Enquanto abrir a mão para receber o salário, contando os meus beijos pelo número das notas do banco, ou medindo o fogo das minhas carícias pelo peso do ouro; enquanto ostentar a impudência da cortesã e fizer timbre da minha infâmia, um homem honesto pode rolar-se nos meus braços sem que a mais leve nódoa manche a sua honra; mas se pedir-lhe que me aceite, se lhe suplicar a esmola de um pouco de afeição, oh! então o meu contato será como a lepra para a sua dignidade e a sua reputação. Todo o homem honesto deve repelir-me![...]"



O mais impressionante é como a crítica deste livro de quase duzentos anos atrás ainda é atual.
Este livro foca também em como a protagonista vestia um personagem quando estava atuando como a cortesã mais desejada na corte fluminense, ao contrário de sua real persona, que aparecia quando estava em casa, com seus livros, suas musicas e consigo mesma. Cita até como a família da época reagiria a uma situação como a que ela passou, independente de suas razões serem as mais nobres. Uma filha perdida era uma filha perdida, independente da causa de sua perdição. Ela morreria para a família, ela morreria para si mesma, ela morreria para o mundo, só a mulher perdida seria vista a partir daquele momento, quisesse ela ou não fazer voz à fama adquirida.
É um livro fantástico e que quase me levou às lagrimas ao final. Só não chorei pq me seguro muito nessas horas.